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Aegla strinatii

Églas são crustáceos dulcícolas únicos, exercendo um grande fascínio tanto para zoólogos quanto para aquaristas amadores. Algumas espécies são criadas já há algum tempo nos nossos países vizinhos, relativamente populares como animais de aquário na Argentina, Chile e Uruguai. Alguns aquaristas do sul do Brasil também têm criado estes crustáceos com sucesso.

Entretanto, os Églas têm algumas peculiaridades ecológicas que os tornam bem vulneráveis a perturbações ambientais, especialmente à degradação por ação humana. Vivem principalmente em rios límpidos, em áreas bem oxigenadas mais próximas às suas nascentes. Habitam nichos relativamente estáveis, não possuindo mecanismos de adaptação para mudanças repentinas no seu habitat. Possui reprodução abreviada, os filhotes não passam por uma fase larvar natante, desta forma possuindo uma capacidade de dispersão ambiental bastante limitada.

Por tudo isto, os Églas têm um endemismo muito grande, com muitas espécies habitando áreas geográficas bastante restritas, algumas delas só sendo encontradas nas suas localidades-tipo. É o caso do Aegla strinatii, uma espécie cavernícola facultativa, encontrada somente no Parque Estadual de Jacupiranga, Alto Ribeira, Eldorado (sul de SP). Até hoje, esta espécie só foi identificada em três locais dentro do parque.

Apesar de serem muitas vezes referidos como “caranguejos”, na realidade estes crustáceos pertencem a outra infra-ordem, Anomura, a mesma dos caranguejos-ermitões. A família Aeglidae possui somente um gênero atual, Aegla, exclusivo de ambientes dulcícolas da região sul da América do Sul,com cerca de 70 espécies, 39 delas brasileiras. São os únicos anomuros encontrados em água doce, exceto por uma única espécie de ermitão dulcícola de uma ilha do pacífico.


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