O Macrobrachium brasiliense é uma espécie de camarão dulcícola bem peculiar. Mostra uma aparência típica de um “Pitu”, ou seja, é um grande camarão agressivo de garras robustas. Porém, sua distribuição é continental, e tem reprodução especializada, com todo ciclo reprodutivo em água doce. Desta forma, é um excelente exemplo de que nem sempre funciona aquela regra de que “Pitus” são todos animais de rios costeiros, com reprodução primitiva. Justamente pela possibilidade de reprodução em aquários, é uma espécie que eventualmente é disponibilizada como camarão ornamental, em especial no mercado internacional, apesar da sua agressividade. São geralmente juvenis com ricas padronagens de cor e garras vermelhas, importadas do Peru. Porém, não é uma espécie que tenha outros interesses comerciais, não é usada na alimentação humana, exceto por algumas populações indígenas, como os yanomamis (onde é conhecido como Shuhu).Etimologia: Macrobrachium vem do grego makros (longo, grande) e brakhion (braço); brasiliense significa nativo do Brasil.
Este camarão é encontrado em praticamente toda a região tropical e subtropical da América do Sul, da Venezuela ao Sul do Brasil.
Vive em variados ambientes, desde lagos e represas até várzeas e rios com correnteza, de variados substratos. Podem ser coletados em águas negras ácidas da floresta amazônica, ricas em material orgânico húmico, de baixo pH (até 5,6). Tolerante a variadas temperaturas, são coletados em locais cuja temperatura pode ser desde 18 até 31º C. É um dos poucos palaemonídeos a serem encontrados em grandes altitudes, há registros de coletas acima de 1100 metros acima do nível do mar.